segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A PÉROLA CAÍDA

Na escrita criativa da ESPAMOL, publica-se um pequeno texto, tendo como referência de trabalho e de empenho, a figura do professor Paulo e de outros que nos quiserem acompanhar.

A PÉROLA CAÍDA

“O Tempo não pára, mesmo quando assim o queremos. Desejamos guardá-lo um pouco, retê-lo na mão e fechá-lo numa caixa, mas ele avança, sempre á nossa frente, tentando ultrapassar-nos.
Nenhum de nós viu mais além do que ele, nenhum de nós sorriu dele, mas apesar de tudo nós queremos vencê-lo, buscando no presente as delícias das coisas, libertando do presente a angústia da solidão e fazendo com que o tempo goste um pouco de nós.
O tempo passa rapidamente, assim como a nossa vida se não assumirmos que sabemos viver um passo de cada vez. Mas, para alguns é tão difícil fazê-lo porque o tempo toma conta de nós e edita regras de conduta rígidas, prisionais, sem saída, como se nos fechasse numa caixa de vidro, de onde podemos observar e ser observados e nada, absolutamente nada, fosse nosso, nem nós próprios.
O tempo não é precioso porque ele avança à nossa frente sem piedade de nós, nem comiseração por nós, nem por aqueles que nos são mais queridos.
O tempo leva-nos tudo, até a nossa alma e o nosso corpo, lentamente e sem grande cerimónia.
De ressalvar que foi o tempo que nos fez e nos desfaz um dia em pó sagrado e talvez fique na lembrança dos outros aquilo que nós fomos, apesar de tudo!
Será que te importas comigo?”

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